quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

Avaliação do módulo

Excelente. Acho que o intuito do módulo é simples: despertar humanidade médica através da arte. O tempo é curto, mas o que resta é a disposição transformada em hábito para parar e pensar no assunto, e produzir qualquer coisa, mesmo que seja pra si mesmo. A sensibilidade e a dedicação com que a disciplina foi ministrada é mais que suficiente para manter esta disposição. Agradeço sinceramente a oportunidade, ainda mais nesse final de semestre, em que o cansaço domina quase todas as atividades mentais, esta disciplina serviu para relaxar. Apesar de ter que acordar cedo. heuaheheha. Abraço professora.

auto-avaliação do módulo

Acho que notas numéricas seriam inadequadas para este tipo de módulo. O mais apropriado para minha auto-avaliação seria o termo "satisfatório". É um termo simples e direto. Significa que eu realmente quis fazer esta disciplina, e que procurei fazer meu melhor, conforme fui solicitado nas tarefas. O alcance da sensibilidade de cada texto fica mais a cargo de quem lê, ou escuta.

a janela da alma

atividade do 4o dia, comentar sobre o filme: "a janela da alma".

Acho pouco provável que houvesse filme mais apropriado para este momento. "a janela da alma" é um documentário sobre como as distorções ou deficiências visuais são capazes de alterar profundamente as percepções emocionais do mundo. Digo alterar sem, necessariamente, prejudicar essa percepção, pois há menos de uma semana submeti-me à tão sonhada cirurgia de libertação das lentes, e, assim, com a visão borrada e flutuante, cheguei a quase perceber as ruas menos sujas e sem o mesmo desespero para chamar a nossa atenção.
Aliás, a questão do desesperado apelo visual das cidades modernas foi o que mais chamou minha atenção. Lembrei da psicofarmacologia da dependência de drogas de abuso, em que um estímulo que atrai nosso sentidos dessensibiliza a região cerebral responsável, necessitando de uma dose maior para que esse estímulo seja perceptível. É exatamente o mesmo mecanismo com que a sociedade nos submete a um entorpecimento de consciência. São tantos os estímulos que tentam chamar nossa atenção que precisamos de algo cada vez mais dramático para sentir um mínimo de espanto.
Assim, durante o noticiário, um capotamento de caminhão ou um desastre de avião na Ásia segue a mesma sensação que o quase rebaixamento de um time carioca para a segunda divisão do campeonato brasileiro. E a irritação de um noticiário demasiadamente demorado pode ser da angústia de não sentirmos quase nada diante de desastres, ou da necessidade de ver algo realmente banal, como uma novela, ou um reality show repleto de pessoas extremamente normais e igualmente vazias.

quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

Quem sou eu?

Atividade do primeiro dia: quem sou eu? uma reflexão.

Já me supreendi fazendo esta pergunta centenas de vezes, e, todas as vezes, fico meio assustado pelo fato de não saber responder consistentemente. Ao mesmo tempo, a busca por este questionamento não parte de mim de forma pretensiosa, como desesperadamente necessária. Acho que o autoconhecimento é uma forma de tentar melhorar a pessoa que sou, mas, definitivamente, não é a única forma de fazê-lo.
Não sei dizer exatamente o dia em que me apaixonei pela vida, mas descobri que o sou no dia em que tomei consciência real do fato dela possuir uma final inexorável. Esse fato trouxe um desespero latente de viver a vida plenamente, com todos os prazeres e desprazeres que lhe fazem parte. De fato, cada dia a mais é, na verdade, um dia a menos. Assim, com a certeza de que o tempo da minha vida (ainda que eu viva 200 anos) não será suficiente para aproveitar tudo que pretendo dela, resolvi levá-la serenamente, apaziguando todos os conflitos que me surgem, pela tranquilidade de saber que nenhuma momento vivido em paz é desnecessário, e que, na verdade, cada segundo de paz é imprescindível.
Portanto, minha maior preocupação existencial não é saber quem eu sou, mas ter consciência do que estou fazendo da minha vida no momento presente. Não sei explicar como, mas tenho a certeza de que, um dia, saberei dizer consistentemente quem sou, e acho que esta informação não me trará muita utilidade. Bem disse José Saramago: "as respostas não vêm sempre que são precisas, e, muitas vezes, simplesmente ficar a espera delas é a única resposta possível".